Paralisia do nervo oculomotor

A paralisia do nervo oculomotor, também conhecida como “paralisia do terceiro nervo craniano” é um déficit neurológico. Essa doença afeta os movimentos dos olhos, a resposta da pupila à luz ou até mesmo ambos os fatores. Pode, também, acarretar na imobilização parcial ou total do nervo. A paralisia oculomotora ocorre quando o nervo tem pouca irrigação de sangue ou quando o mesmo é pressionado.

A pressão ou compressão do nervo, além do baixo fluxo sanguíneo deste órgão são as razões mais comuns para que ocorra a paralisia. Doenças graves como aneurisma podem ser responsáveis pela paralisia do nervo oculomotor quando ocorre uma dilatação de uma artéria que leva o sangue ao cérebro. Esse efeito pode acabar causando hemorragia interna ou o acidente vascular cerebral, ou até mesmo ambos e dependendo da intensidade, pode até mesmo levar a óbito.

Esse risco também é presente na ocorrência de uma hemorragia intracraniana, traumatismo cranioencefálico ou tumor cerebral. Doenças como hipertensão e diabetes também podem causar um fluxo sanguíneo menor. Porém, mesmo sendo uma situação com grande número de casos, essa ocorrência costuma ser menos grave. Meningite e outros processos inflamatórios, também podem causar à paralisia do nervo oculomotor.

Doenças do próprio músculo também podem originar a paralisia, sendo a Paralisia de Bell a mais comum dentre elas. Essa enfermidade causa fraqueza nos músculos do rosto, dando a impressão de que metade do rosto está inclinada, como se estivesse caindo. Esse tipo de paralisia costuma ser mais comum após os 40 anos de idade, porém, pode vir a atingir pessoas de todas as faixas etárias. Alguns estudos indicam que a paralisia pode ocorrer devido á infecções por vírus e bactérias, embora ainda não tenha uma causa identificada.

IDENTIFICANDO A PARALISIA DO NERVO OCULOMOTOR
Existem algumas diferentes maneiras de identificar a paralisia, uma delas é a observação da pupila, pois, geralmente a mesma costuma ser afetada quando a causa do problema é a compressão do nervo. Uma das funções do nervo craniano é elevar as pálpebras e controlar a pupila, mas quando afetada pela paralisia, a pálpebra começa a ceder e a pupila, quando exposta à luz, estreitar e não dilatar.

O olho que foi afetado, acaba sendo nitidamente atingido. Isso porque quando o olho saudável se foca em linha reta o outro se direciona para o lado oposto, causando a visão dupla. Mesmo que o paciente se esforce, ele só conseguirá movê-lo para o centro quando olha para dentro e não conseguirá olhar para cima e nem para baixo. Para identificar a causa da paralisia, é necessário um exame neurológico através de imagens, podendo ser tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

Caso o médico suspeite de um aneurisma, mesmo que não seja identificado nos exames de imagem, ele irá solicitar exames como angiografia, punção lombar, angiografia por ressonância magnética, angiografia cerebral, ou angiografia por TC.

O problema será tratado de acordo com a causa. Caso seja uma doença que pode levar o paciente a óbito, um tratamento de emergência será conduzido. Ao notar qualquer contexto de mudança nos olhos, o recomendado é que um médico oftalmologista seja procurado imediatamente. Caso o diagnóstico seja rápido, o protocolo correto será seguido e aumentará as chances de cura.

Bebidas alcoólicas e os riscos que oferecem para a visão

Embora seja lícito e muito popular, todos sabem que o álcool não faz bem para saúde humana, podendo afetar fígado, coração e até mesmo o cérebro. Os olhos não ficam fora disso, pois também podem sofrer danos consequentes do consumo de álcool.

Esses danos podem fazer com a saúde ocular seja afetada pontualmente, ou até mesmo de forma permanente. Para entender mais as causas disso, veja a seguir os riscos que o álcool traz para a visão.

EFEITOS A CURTO PRAZO
O consumo de álcool a curto prazo é capaz de afetar e até mesmo diminuir a percepção de contraste dos nossos olhos. Isso se torna mais perceptível quando há transição de claridade, como quando estamos observando um pôr do sol ou o trânsito, acabamos tendo uma maior dificuldade para identificar diferentes contrastes.

Com isso, acabamos tendo uma alteração em nossa noção de espaço e profundidade notável enquanto o álcool ainda está no organismo. Com o decorrer do tempo essa sensação pode vir a se tornar mais presente e gradativamente aumenta a dificuldade de visão, até o ponto em que se torna permanente.

EFEITOS A MÉDIO E LONGO PRAZO
Os efeitos do álcool tendem a ser mais intensos em médio e longo prazo. Isso ocorre porque a bebida alcoólica causa dificuldade de focalizarmos uma imagem até o ponto de estar totalmente nítida.

Esse efeito força os músculos a trabalharem mais e isso os causa um desgaste intenso que afeta mais rapidamente o seu mecanismo. Com o passar do tempo, esse desgaste eventual torna permanentes os problemas ligados à percepção de distância e profundidade, pois os músculos acabam perdendo a sua capacidade de adaptação e acomodação.

RISCOS À SAÚDE DOS OLHOS
A perda do campo periférico de visão é um outro risco bastante grave para aqueles que consomem bebidas alcoólicas regularmente. Esse problema faz com que essas pessoas tenham dificuldade de enxergar aquilo que está ao seu redor, conseguindo esse feito, apenas quando olham diretamente para algo.

A causa disso, é que com o passar do tempo a visão decorre por um processo de estreitamento que a leva a ter um formato parecido com a de um cano, onde só conseguimos ver o que está adiante. Isso afeta o nosso campo de percepção e nos traz dificuldades em atividades simples, como dirigir.

CONSEQUÊNCIAS MAIS GRAVES
As bebidas alcoólicas podem vir a trazer consequências mais graves para a visão, como síndrome do olho seco, causada pela diminuição da lubrificação natural dos olhos em decorrência do consumo de álcool. Essa síndrome pode vir a causar lesões na área da córnea, além de dificultar a visão de maneira progressiva.

O álcool também pode afetar o nervo óptico, causando uma perda permanente da visão. Além de aumentar o risco de glaucoma, que caso não seja tratado corretamente, pode deixar danos irreversíveis no nervo óptico.

O consumo de álcool por longos prazos de tempo pode causar danos graves à saúde ocular. O ideal é que haja equilíbrio com este consumo e que fiquemos atentos a saúde de nossos olhos, buscando sempre ter o acompanhamento de um médico oftalmologista.

Porque os problemas oculares atingem mais as mulheres

Os problemas oculares atingem a todos os tipos de pessoa. Independente de idade, gênero ou localização, todos podem obter ou desenvolver algum problema oftalmológico. Porém, as mulheres costumam ter maior incidência de casos. Você sabe quais são as causas disso?

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), estudos indicam que em todas as regiões do mundo, mulheres de todas as idades costumam ter um risco significantemente maior que os homens de obterem alguma deficiência visual. A causa principal disso seria o fato delas terem uma expectativa de vida maior, porém, outros fatores colaboram com isso, como a falta de acesso a serviços médicos nas sociedades menos abastadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a cada três pessoas cegas no mundo, duas são mulheres, o que nos leva a um número de 27 milhões de mulheres com total deficiência visual.

A OMS aponta que os motivos para este problema são variados e vão desde as: questões monetárias, falta de orientação educacional relacionada a tratamentos, dificuldade de aquisição de medicamentos, lentes corretivas e a dificuldade de acesso a unidades de saúde.

CAUSAS
Os problemas oculares que costumam afetar mais as mulheres são diversos, como retinopatia diabética, olho seco, degeneração macular relacionada a idade, glaucoma, catarata, doenças oculares inflamatórias, doenças neurofarmacológicas e as relacionadas ao fluxo sanguíneo na região ocular.
As causas biológicas que dão maior suscetibilidade para que as mulheres obtenham essas doenças, embora sejam muito estudadas, acabam sendo pouco conhecidas. Com isso, ocorre maior dificuldade em implementar formas de reduzir as disparidades de gênero quando tratamos da saúde dos olhos. É notável que a interação entre hormônios sexuais, genética, sistema imunológico e os fatores ambientais estão diretamente ligadas a ocorrência de afecções sistêmicas que podem vir a causar graves consequências a visão, como: Diabetes e hipertensão, esclerose múltipla e doenças reumáticas.

Alguns problemas como a degeneração macular relacionada à idade e a síndrome do olho seco, costumam ser mais presentes em mulheres, principalmente após a fase da menopausa, quando se há mais alterações hormonais. Esse fato aponta que a maior expectativa de vida da mulher, que vêm crescido sistematicamente, também é um fator a ser considerado e ressalta a importância de que as mulheres realizem consultas preventivas ao perceberem qualquer sinal de alteração da visão, por menor que seja.

AS GESTANTES
A gravidez traz consigo um período de mudanças físicas, emocionais e psicológicas que afetam o corpo todo, incluindo a visão. A gestação origina retenção de líquido no organismo, o que causa inchaço nos pés, mas também pode vir a afetar e alterar a espessura e o formato da córnea e do cristalino, trazendo mudanças no grau de visão. Alguns sintomas como fotofobia, coceira, embaçamento, manchas escuras na visão, pontos brilhantes e olho seco também costumam ser comuns.

O diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial que atinge ao menos 5% das grávidas e costuma ocorrer após a 20ª semana de gestação) podem vir a acarretar em graves perdas de visão. O quadro costuma regredir após o parto, porém, existe a possibilidade de que haja sequelas.

A hipertensão arterial pode causar o comprometimento dos vasos sanguíneos da retina, através de hemorragias, edema, manchas escuras, sintomas de fotopsias, visão embaçada e dupla. Este problema é grave, por isso a detecção precoce e o tratamento se tornam essenciais para que seja evitada a progressão para a forma mais grave da doença (eclampsia) que pode se tornar causadora da epilepsia, que pode vir a ameaçar a vida da mãe do bebê. É fundamental que as gestantes tenham acesso a acompanhamento oftalmológico durante o pré-natal, principalmente nos casos de mulheres que possuem condições pré-existentes, como glaucomas, tumores, diabetes e até mesmo uveítes.

Independente da sua idade, fase da vida, ou localidade, é importante que mantenha um estilo de vida saudável que preze pela sua saúde ocular. Mantenha uma dieta equilibrada, evite hábitos como o tabagismo, pratique exercícios físicos e utilize apenas óculos que possuem proteção ultravioleta e faça ao menos uma consulta anual com o seu médico oftalmologista.